Se há algo que faz com que as pessoas evoluam esse algo é o sofrimento. O sofrimento age como um processo transformador. Faço uma analogia com o vinho. Até aqui, descrevi a formação da uva. O frescor da natureza, a doçura do caráter, a riqueza da cultura, a pujança da beleza, o buquet da independência espiritual... A uva está no ponto para o próximo estágio: a metamorfose! Nesse ponto Nilly está pronta para se transformar em uma fada.
Não é um processo indolor. Muita coisa pode dar errado nessa transformação. Pra começar, o vinho pode se transformar em vinagre. Ou mesmo em vinho de baixa qualidade. Há que se aguardar o período certo de maturação, o período de recolhimento...
Vou indicar um Blog / Livro que mostra isso com muito mais eloqüência que eu poderia imaginar:
Nas horas tristes, filho, não diga nada. Coloque um silêncio bem alto no aparelho de som. E comece a escrever bem baixinho. (Chorar até que pode, desde que não lhe embace a vista). Só não pare: tristeza é pra escrever. Tome posse dessa dor que é toda sua. Até que passe e venha outra mais bonita. (GUERRA, Cristiana. 2009)[1]
É uma história linda, triste, profundamente tocante... Confesso que chorei várias vezes ao ler o livro.
– Ana, lembra do nosso índice Multivida, do capítulo VI?
– Claro!
– Anote aí: chorar ao ler também tem peso 2, concorda?
– Apoiado! Mas... Posso fazer uma pergunta?
– Claro!
– É sobre essa história de sofrimento. Nunca tive um grande sofrimento na vida... Não como o da Cris Guerra, por exemplo!
– Não se preocupe, minha fadinha! Não importa se você é pobre, rica, velha, nova, bonita ou feia... A vida vai te dar todo sofrimento que você precisar...
[1] Blog para Francisco. Para aprender a melancolia. Disponível em: <http://parafrancisco.blogspot.com/2009/06/adoro-palavra-melancolia.html>. Acesso realizado em 20 de julho de 2010.
2 comentários:
Realmente amadurecemos ou podemos dizer que crescemos mais na dor que na alegria. Se fosse simplesmente aprender com a vivência de outras pessoas não bastaria tantas lágrimas derramadas.
Ah... mas vamos lembrar Drummond: "A dor é inevitável, o sofrimento é opcional"!
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